Testemunhos Vocacionais

Sou o Frei Edimar Fernando Moreira. Nasci no ano de 1987, na cidade de Terra Roxa-PR. Contudo, aos 5 anos de idade, minha família se mudou para Curitiba, onde fui criado. Desde cedo, gostava de participar da vida na Igreja, especialmente dos Grupos de Reflexão e das Novenas nas casas, do Grupo de Oração e do Grupo de Jovens. Quando eu tinha 16 anos e estava no segundo ano do Ensino Médio, comecei a refletir sobre o que gostaria de fazer na faculdade. Certo dia, buscando algo que também fosse da vontade de Deus, a caminho da escola, um pensamento me veio à mente: será que Deus não quer que eu faça algo a mais? Que eu dedique minha vida toda a Ele, como missionário, padre ou algo semelhante? Algumas semanas depois, participei de um dia de retiro, no qual esperava que Deus me desse algum sinal, uma direção. De maneira muito especial, senti Deus me dizer que desejava que eu fosse “pescador de homens”. Naquele momento, entendi esse chamado como um sinal de que Ele queria que eu fosse padre, afinal era uma das poucas formas de serviço que conhecia na Igreja. Ainda no mesmo dia, procurei meu pároco para saber como era o processo para ser padre. Ele me explicou que existiam dois caminhos: ser um padre diocesano, que normalmente vive sozinho em sua paróquia, ou ser um padre religioso, que vive em comunidade e segundo um carisma específico. Quase instantaneamente, decidi pela vida em comunidade. Comecei, então, uma busca intensa: consultei listas telefônicas, pesquisei na internet (ainda discada), fiz ligações de orelhão — tudo para encontrar uma congregação onde eu pudesse ingressar. Mas o que eu buscava estava mais perto do que eu imaginava. Desde muito novo, eu trabalhava em uma papelaria no mesmo bairro onde os Frades Carmelitas têm uma comunidade. Certo dia, Frei Vilson Rech foi até a papelaria, pediu algum material e, como de costume, assinou o bloco de contas que acertavam no fim do mês. Aproveitei a ocasião e perguntei: “O que significa ser frei? É a mesma coisa que ser padre?” Ele respondeu que era mais ou menos parecido, mas sugeriu que eu procurasse o promotor vocacional da Ordem. Foi assim que comecei a conviver com os carmelitas e, no ano seguinte, ingressei na Ordem do Carmo, em Paranavaí. Posteriormente, aprofundei meus conhecimentos sobre a Vida Religiosa Consagrada e optei por assumir minha vocação carmelita como um religioso irmão. Já se passaram mais de 20 anos desde que entrei para a Ordem e posso dizer que sou muito feliz aqui. A resposta vocacional deve ser dada e renovada constantemente. Ainda me pergunto se estou realizando plenamente o chamado que Deus me fez — ser pescador de homens —, mas me confio à Sua graça, acreditando que, por meio da proposta de vida que assumi, muitas pessoas possam ser alcançadas por Ele.